Imóvel é moeda forte e segura, mas o que o interessado em adquirir um imóvel precisa saber é que a rentabilidade obtida com a compra de unidades varia de acordo com o produto imobiliário, saturação do mercado para um determinado tipo de imóvel e, é claro, sofre influência direta da conjuntura econômica.
Segundo o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais e Residenciais de São Paulo (Secovi- SP), a expectativa é positiva para o mercado imobiliário, que deve crescer entre 5% e 10% este ano. A liberação de crédito imobiliário é outro fator que deve ajudar os pretensos investidores a ingressar na modalidade, já que a projeção é de 15% de aumento do crédito este ano, algo que deve atingir R$ 126 bilhões.
De acordo com o presidente da Rede Imobiliária Campinas e diretor de compra e venda da Regional Secovi em Campinas, Rodrigo Coelho de Souza, o retorno na locação deve ser calculado, inicialmente, sobre o preço do imóvel. Historicamente imóveis residenciais rendem entre 0,5% a 0,6%, enquanto que os comerciais com boa rentabilidade atingem entre 0,8% a 1,1% sobre o valor do produto. “Muitos investidores já consideram 0,8% um percentual bom, principalmente se os imóveis estiverem registrados em nome de uma pessoa jurídica, que tenha por objetivo a administração patrimonial, situação com uma significativa redução da carga tributária”, explica.
Historicamente, analisa Souza, os imóveis têm valorização acima dos índices inflacionários e atualmente ganham das aplicações financeiras mais conservadoras. Para se ter um ideia, no ano passado, período de estabilização nos preços dos imóveis, a valorização do produto foi de 13,7%, segundo o Índice FipeZap Ampliado. “Muitos investidores procuram investir em imóveis já locados ou vendidos na planta e que tenham real potencial de valorização. Dificilmente alguém perde ao investir em imóveis, principalmente no longo prazo”, considera o presidente da Rede Imobiliária Campinas.
Quem busca o retorno a curto prazo do capital investido prioriza a revenda. Agora, quem busca segurança e renda garantida com um indexador, parte para a locação do bem. O professor de vendas e trade marketing em negócios imobiliários da construção civil pela FGV, Guilherme Salgado, afirma que tudo depende do perfil do investidor e da sua expectativa de retorno.
A perspicácia do bom investidor está em ter uma visão de como será o futuro daquele imóvel no momento da revenda. “Quem consegue comprar um imóvel antes da chegada de serviços de mobilidade urbana, sistema de lazer e melhorias nas áreas do entorno, máxima o retorno”, explica Salgado. E toda vez que o investidor se antecipa faz um bom negócio. A acessibilidade e as condições viárias voltadas aos principais eixos da cidade são pontos de partida na escolha das unidades residenciais. Em São Paulo, o anúncio da criação da Linha Laranja, que ligará a Zona Norte à Estação da Luz, refletiu em um aumento de 300% nos imóveis usados da região. “Todo mundo vai querer morar próximo a uma estação de metrô, pela comodidade na locomoção”, observa.
O investidor também deve observar a saturação de um determinado produto naquele momento no mercado imobiliário. Hotel, por exemplo, é um tipo de produto imobiliário que hoje está com déficit grande na cidade. De acordo com o professor da FGV, tudo é uma questão de onda, comprar antes da saturação. Quem pensa em ingressar no pool de locação de uma operadora hoteleira deve fazê-lo antes que Viracopos inaugure sua operação local de hotel, empreendimento que deverá absorver boa parte dos turistas de negócios que visitam a cidade. Souza concorda com o ressurgimento do mercado hoteleiro e aponta uma valorização mensal acima dos demais imóveis, podendo chegar até 1,3% ou 1,4% ao mês, dependendo do empreendimento. É necessário ressaltar que também neste caso deve-se fazer uma previa análise da região.
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